Como eu disse no nosso último texto, hoje teríamos uma surpresa no blog. E a surpresa é um texto escrito por meu amigo e mestre Wanderson Boareto. Wanderson é historiador, filósofo, teólogo e bacharel em direito. Uma pessoa inteligentíssima, com um senso crítico aguçado e de opiniões fortes. Fiquem agora com seu excelente texto, que sintetizou um pouco dos problemas políticos do Brasil. Boa leitura!
As
mudanças políticas no Brasil estão chamando atenção de todos os públicos em
todas as esferas de nossa sociedade. Todos os grupos sociais discutem coisas
fantásticas como, por exemplo, o impeachment
da presidente, tirá-la ou deixá-la. Nesse sentido é bom pensar se quem está
analisando tem capacidade técnica para isso. Ou seria somente um achismo? Já
que a opinião popular está por toda parte...
O
Brasil não está passando por mudanças políticas, e sim por transformações dos
meios políticos, onde existe uma grande diferença. Para haver mudanças reais,
as regras teriam que ser mudadas, os estatutos, as normas legais ou até mesmo
os costumes sem infringir a CARTA MAGNA (Constituição Federal) que garante o
Estado de Direito e a soberania de nossa pátria.
Existe
no Brasil uma mentalidade, ainda do tempo dos coronéis, onde os cargos de poder
são vitalícios, um exemplo disso são políticos que se elegem durante décadas
sem nunca ter tido um projeto de sua autoria votado ou aprovado. Os nomes
destes ditos políticos são lembrados somente em períodos de eleições. Isso
mostra como “as massas” estão se reproduzindo na articulação politica de nosso
país. O velho Marx ensina que a “a democracia é a ditadura da maioria”.
Os
projetos sociais de nosso país, na realidade, são medidas paliativas de
controle da pobreza. Não são efetivas, já que em um sistema capitalista a
garantia de melhorias reais na distribuição de renda, está ligada diretamente a
criação e garantia de emprego com jornadas justas e salário digno para assim
garantir a produção e reprodução das qualidades básicas de sobrevivência. Garantir
assim poder de compra, acesso a educação e neste desdobramento segurança e
saúde. Povo bem pago não tem que se vender por migalhas.
Mudança
de governo não quer dizer mudança de projeto Brasil. Como descreve Darcy
Ribeiro em sua obra “Povo Brasileiro”, pensando neste sentido é bom lembrar que
todo o povo tem o governo que merece, como nos ensina Aristóteles no século IV a.C.
Sanchez Vásquez em sua obra “Ética” descreve bem a realidade moral de uma
nação. O Brasil de 2016 ao meu entender não é uma nação, já que para ser uma
nação seu povo teria que ter objetivos comuns, mas percebo que temos apenas
objetivos individuais.
Onde está o erro? Nos políticos? No Estado? Na
Justiça? Se existir algum culpado, é
fácil de encontrar... basta olharmos no espelho. Cada ato imoral que cometo, no
decorrer de minha vida, é uma afirmação que pertenço á corjas que destrói e
mata o sagrado, o justo e o perfeito que vou dar o nome de Brasil.